O dia em que a Gillette usou uma narrativa "fora da sua zona de conforto" - Transmedialand by João Miguel Lopes
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O dia em que a Gillette usou uma narrativa “fora da sua zona de conforto”

campanha gillette movimento mee too

A Gillette, à imagem de outras marcas, saiu da zona de conforto e criou um anúncio que tem tanto de criatividade como de celeuma. Os canais digitais da marca estão “sob fogo”.

Com apenas 1 dia, a peça de comunicação que envolveu o movimento #MeToo, colocou a marca na mira dos ativistas dos ``direitos dos homens``.

O vídeo desenvolvido pela marca reflete partes de notícias sobre o movimento #MeToo, imagens que mostram atitudes de sexismo em filmes, em salas de reunião e violência entre crianças, sendo acompanhado do copy:

“Isto é o melhor que um homem pode conseguir? Bullying, o movimento MeToo contra o assédio sexual, a masculinidade tóxica!”

➡️ Esta campanha gerou um debate acesso nas redes sociais, sendo que para muitos ficou o sentimento de que a marca contribuiu para o debate em torno de uma causa, mas para outros, o sentimento foi de que a marca colocou em causa os direitos e moral dos cidadãos masculinos.

‘We believe: the best men can be’ razors commercial takes on toxic masculinity – video

 

➡️ Sob o ponto de vista da comunicação é um bom caso para refletir e entender o papel da marca, enquanto entidade com a obrigação de partilhar, defender e questionar valores como os valores humanos.

Todos nós queremos marcas cada vez mais humanas, que cada vez mais partilhem valores e sentimentos e que nos envolvam na sua vida

 Surgem então duas questões pertinentes para reflexão:

1- Se todos nós temos opiniões e liberdade para nos manifestarmos sobre qualquer temática, mesmo que polémica, terão também as marcas, ou não, o direito a abordar e envolver na sua comunicação temas, mesmo que polémicos?

2 – Ou devem as marcas salvaguardar-se de temas polémicos, procurando comunicar sempre em zonas “cinzentas” que as poderão salvaguardar de potenciais críticas?