09 Set TRANSMEDIA STORYTELLING: conceito e a estratégia (parte 2)

A forma como comunicamos nos meios offline e online, Livros, Internet, TV, Filmes, Jogos, Embalagens, Revistas, entre outros, encontra no Transmedia Storytelling a estratégia para a um discurso criativo e unificado, pois desta forma, todos os pontos de contacto entre a marca e as pessoas acabam por se complementar e ajudar a construir a personalidade e, eventualmente, determinado mito em torno desta.
” No desenvolvimento de um processo de Transmedia Storytelling temos que considerar como variáveis de base: a História que queremos contar; a Experiência que pretendemos promover no nosso público; qual o nosso Público; que Plataformas vamos usar para interagir com o target e permitir a este uma maior experiência com a compreensão e interação da mensagem; de que forma vamos executar a ação do projeto, ou seja, estamos perante um projeto de brand content ou teremos de criar um modelo de negócio que permita a viabilidade do mesmo.
No final, o grande objetivo desta estratégia é permitir que todas estas componentes trabalhem em harmonia e em conjunto, apoiado-se mutuamente para o reforço da mensagem de marca.
Neste sentido, é pertinente que a nossa estratégia de criação de conteúdos reúna na sua base a criação de narrativas e a propagação de cada uma destas nos diferentes meios digitais.
Na comunicação moderna, onde inclui a comunicação digital, torna-se fundamental em qualquer estratégia a criação de conteúdo relevante para os utilizadores. Através da criação deste conteúdo é mais fácil diferenciar-mo-nos no meio online e captar de uma forma mais eficaz a atenção dos utilizadores já saturados com o excesso de informação existente no meio, muitas vezes, sem qualidade.
Não podemos esquecer que o conteúdo passou a ser a base da comunicação moderna, sendo difundido pelos mais variados canais e percepcionado por mais indivíduos de acordo com a plataforma ou meios que estes usam e que a marca tem a capacidade de dominar.
Assim, na base de desenvolvimento de qualquer conteúdo torna-se pertinente uma estratégia de Transmedia Storytelling, que permita que os vários elementos que compõem uma história sejam dispersos por diferentes canais de distribuição.
E como funciona todo este processo?
O vídeo seguinte apresenta de forma gráfica e detalhada como podemos aplicar o conceito e estratégia Transmedia Storytelling.
É importante salientar que o conceito de “blended marketing” será uma constante neste processo, permitindo às pessoas uma experiência mais rica com a marca e, por conseguinte, ajudando-as na criação de uma relação.
As marcas já não podem assumir um papel unicamente comercial na sua relação com as pessoas. Deixamos de ter a figura do consumidor, da relação tradicional de troca de valor económico, para uma necessidade de uma relação mais emocional, inter-ajuda, de uma troca constante de valor entre marca e pessoa.
Pessoas são marcas e marcas devem ser como as pessoas, devem reflectir valores, posições, atitudes humanas, pois só assim conseguirão permanecer no eco-sistema de relacionamentos pessoais.
Hoje o ser humano já não consome uma marca apenas pelo status que esta lhe dá ou pela funcionalidade do seu produto. Ele valoriza o outro lado da marca, a preocupação que a marca tem com o seu bem-estar e o bem-estar social. E isso vinca a diferença entre as marcas que serão recordadas na mente das pessoas e as que terão apenas o seu momento comercial temporário.
Neste sentido, todas as plataformas que permitam o ponto de contacto com as pessoas e uma experiência diferenciada, sejam ou não utilizadores de web, são essenciais para esta nova cultura de marca. Neste caso, apesar do meio digital ter cada vez mais valor na expansão do branding, dado que as novas gerações nascerem e cresceram com base neste ecossistema, todos os outros meios são fundamentais para implementar uma estratégia de Transmedia Storytelling.
Cada vez mais esta realidade vai deixar de reconhecer a barreira entre media tradicional e media digital, já que todos os dispositivos serão apenas mais um ponto de contacto com o meio online. TV, Rádio, PC, Smartphone, Tablet e até mesmo revista impressa, serão meios em que a experiência do utilizador permite uma ligação constante àquilo que podemos designar da “revolução de conteúdos”.
Qualquer indivíduo nasce a consumir media e transforma-se num produtor de media, deixando de haver a tradicional barreira entre os grandes e únicos players com capacidade de produção, para passar a existir um market place global de conteúdos acessível a qualquer um.
A realidade é que qualquer um tem a capacidade de produzir, de se afirmar enquanto marca e de promover a sua pegada digital, comunicando e vendendo os seus produtos, serviços e conteúdos.
E com o meio digital, apesar de haver sempre alguém com a capacidade de encontrar, valorizar e consumir aquilo que o outro produz, será cada vez mais pertinente que este conteúdo tenha uma narrativa com um forte argumento criativo e persuasivo.